Eu saia da praça da República e entrava na Barão de Itapetininga. Ao longe, um barulho de algo batendo em objeto metálico. Não dei importância imediata, mas a funcionária da loja de celulares, ao lado de quem eu passava gritou “Ei” e um nome, que não gravei.
Comecei mesmo a prestar atenção, foi a partir da reação dele, que gritou para ela de volta, um “Oi”, tendo como resposta, também gritada, um “hoje cê tá legal, hem?”
Ele voltou a olhar para ela, não disse mais nada. Correu até uma caçamba metálica para entulho e bateu violentamente nela, com alguma coisa que tinha na mão, fazendo novamente o barulho que eu ouvira. A esta altura, eu já estava mais próximo dele.
A ação seguinte foi tirar parcialmente a camiseta que vestia, despindo um dos braços e o peito, deixando-a presa no outro braço e no pescoço.
Abriu os braços como se fossem as asas de um avião. E, rindo alto, fazendo barulho, começou a correr. Passava propositalmente perto das pessoas que caminhavam, distraídas, assustando-as ao desviar-se delas no último segundo. Passou correndo ao lado das araras de uma loja de roupas, não derrubando tudo por muito pouco.
Virou a esquina da rua Marconi, desaparecendo de minha vista, ainda rindo alto e fazendo barulho. Vivendo ao seu modo. Não sei dizer se feliz ou infeliz, mas aparentando não se importar tanto com o mundo “real” que o cerca.
Todos temos um pouco de loucos.
ResponderExcluirMas, maior liberdade é ser louco sem ninguém ter que julgar,porque já todos deitaram o rotulo de loucura.
Beijos
Whispers
Rachel,
ResponderExcluirComo diz a música, "mais louco é quem me diz, e não é feliz".
Beijos!